Virtude

Conceito de Virtude:

Derivada do termo latim virtus, a virtude seria a raiz em vir, ser viril, forte, reto, características inerentes aos guerreiros antigos que agiam com força, mas com temperança e justiça (no mundo greco-romano as mulheres tinham papel secundário).

Avolumam-se evidência de que Virtude é uma qualidade moral, uma característica ímpar na condução da pessoa que tem disposição de praticar e fazer o bem. Tal característica, constitui-se verdadeira e sublime inclinação para a bondade e boas práticas. Neste sentido virtudes são todas as ações, atitudes e constância que levam o homem para o caminho do bem.

E deve-se ter em mente que tais ações, atos e características devem ter sempre uma constância sob pena de desvirtuamento da essência da virtude, logo sucumbindo ao vício. Na filosofia um dos percussores do enfrentamento do tema foi Aristóteles. Este fazia distinções entre virtudes éticas (morais) e virtudes intelectuais. Sendo que o ideal seria uma ação equânime entre as virtudes éticas (morais) e as intelectuais.

No mesmo sentido mia de uma maneira mais direto Sócrates entendia como virtude tudo que leva o homem uma vida plena em felicidade. No âmbito religioso está intimamente ligada a fé, haja vista que tal característica foi dada por Deus aos homens para que agissem tal qual seu filho Jesus Cristo.

Virtude na Maçonaria:

Maçonaria vem do francês que em tradução mais rasa seria construtor ou pedreiro, pelo que se deu das pessoas que primitivamente praticavam maçonaria. Entretanto, deve-se possuir um alargamento da acepção da palavra, pois como é sabido e consabido o maçom, sobretudo nos dias atuais, visa precipuamente a construção.

Mas essa construção não queda em templos, edificações ou casa. A finalidade principal de um maçom é construir uma sociedade mais justa, fraterna e livre. E tal construção deve, pois, passar pela construção de tais características dentro de cada maçom. Evoluindo e se aperfeiçoando intelectualmente, enriquecendo seus conhecimentos para agir com temperança. Pois é mais inerente a pessoa humana sucumbir ao vício do que aprimorar suas virtudes.

A tolerância para conviver com iguais nas suas diferenças; a ética que são conjuntos de valores para respeitar a vida em coletividade, seja na maçonaria, seja no mundo profano; a Justiça que consiste em dar aquilo que é inerente a cada um e jamais desejar ou pegar o que não seja seu, são adjetivos que compõe a virtude na sua forma plural.

Podemos então definir que o maçom busca evolução, justiça, temperança e liberdade para terem lugar dentro de seu ser. Sendo que ao maçom possuir e agir com virtude é um dever primário, haja vista o combate ao vício ser tarefa constante. A elevação ou exaltação do grau é apenas e tão somente consequência dessas ações e práticas que é o aperfeiçoamento da pedra que somos cada um de nós.

E como insta no rito maçônico virtude é o que inclina a criatura, antes na escuridão e agora desperta, ainda que com mui fraca luz, para a prática do bem. Deve-se, pois submeter as paixões, lutar contra hábitos que conduz ao mal ou interesse que pululam no mundo profano que o maçom deve sempre busca elevar a virtude.

Nome histórico no Rito Adonhiramita:

No Rito Adonhiramita, no dia de sua iniciação o irmã recebe o Nome Histórico. Este seria, segundo a liturgia do Rito, um tipo de proteção de alguma pessoa virtuosa, maçom ou não, que já tenha partido para o oriente eterno. Mas que de algum modo tenha contribuído, de maneira virtuosa para a Humanidade.

Não há consenso do início da utilização do Nome Histórico no Rito. Porém algumas considerações merecem ser feitas: Uma delas é que serviria de proteção aos membros da Loja uma vez que no passado a Maçonaria era extremamente secreta e em 1730, foi publicado na Inglaterra, o livro Maçonaria Dissecada, de autoria de Samuel Pritchard. Esta obra em questão foi o fruto da traição perpetrada pelo autor que a 13 de outubro de 1730, prestou depoimento juramentado perante um magistrado, no qual relatava detalhes de sua iniciação na Maçonaria, inclusive ao Grau de Mestre. O livro continha todos os sinais, toques e palavras utilizados à época, bem como citava HIRAM, as marchas e todo o acervo sigiloso.

Esta traição obrigou a Ordem a processar algumas mudanças necessárias a confundir os curiosos profanos “bem informados”, que se utilizando de tais informações demandavam a invadir as Lojas como se fossem verdadeiramente iniciados. Aceitando se como base este argumento poderíamos dizer que o uso do nome histórico preservaria a identidade dos membros das Lojas uma vez que se alguém tivesse acesso a atas e livros da Loja não iria entender e nem identificar seus membros a menos que fizesse parte como membro desta.

Outra consideração que é feita acerca do Nome Histórico diz respeito à parte mística ou esotérica do Rito Adonhiramita, parte esta que é mencionada em nossa liturgia quando diz: “O Nome Histórico é de todo útil, no momento da iniciação e durante toda a vida maçônica, receber a guarda, a proteção e o exemplo de espíritos luminosos que, ricos de virtudes nesta vida, sobretudo como maçons, se comportam, de certo modo, como Anjos da guarda, mensageiros fiéis do GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.” Como vemos menciona um Patrono, um Anjo da Guarda que como mensageiro do Grande Arquiteto do Universo estaria dando proteção e guarda aquém leva o seu nome, isso denota a seriedade com que se tem de trabalhar e zelar pelo nome que se recebe. Também fica clara a responsabilidade na escolha do nome a alguém, que esta escolha não é simplesmente por alguém ter sido famoso ou influente, mas a escolha deve obedecer a critérios que envolvam qualidades e referências que tornam o escolhido semelhante ou identificado com seu Patrono, o seu “anjo da Guarda”.

Qualquer que seja a razão de usarmos em nosso Rito Adonhiramita o Nome Histórico, o mais importante para nós deve ser nossa preocupação e determinação de zelar e trabalhar para que o nome histórico que usamos represente de maneira virtuosa o nosso patrono e que assim possamos receber a ajuda “espiritual deste mensageiro do Grande Arquiteto do Universo” ao trabalharmos em prol de sermos tão virtuosos como este o foi em vida.

Conclusão.

Pode-se então concluir que virtude é um conjunto de ações, sejam elas éticas, morais ou dogmáticas, que funcionam como verdadeira régua e compasso da retidão do homem na caminhada de sua vida mundana. Seja no mundo profano ou na Ordem Real, deve sempre pautar com os ditames da virtude. Não é tarefa simples e muitas vezes, ou melhor, quase sempre necessitamos buscar de maneira incessante a virtude. Sempre submetendo nossas vontades e cavando masmorras aos vícios e quiçá paixões. Como Aristóteles acreditava que a verdadeira virtude estaria no meio termos entre as virtudes morais e éticas. Para Sócrates a virtude seria a chave para uma vida plena e feliz. Sendo a virtude o conhecimento do que é bom e justo. E a ignorância a fonte de todos os males. Na Maçonaria virtude, em apertada e rasa síntese, é o conjunto de qualidades que conduzem constantemente a viver e conviver em fraternidade; praticando o bem; cedendo a cada um do que lhe aprouver; sendo assim um farol a ser seguido pelos profanos e, sobretudo pelos irmãos.

 

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